Achei que fosses daqueles

Que brilham por um tempo

E vão embora,

Mas esse tempo

Já ta durando tempo demais

E sei que chega a doer

O tempo que demora

E sei

Que só esse tal de tempo

Vai me curar

Dessas dores que tens me causado

O tempo pra ver

O tempo pra deixar

O tempo pra esquecer

É, tempo..

Por que me deixas assim?

Inescrupuloso tempo

Misterioso e memorável tempo

Tempo de sorte

Tempo de dores

Tempo de curas

Não se vá, Tempo,

Quero-te por mais um pouco

Quero-te só por mais um tempo.

Tempo suficiente para

Que venham outros,

Outros tempos.

Meu corpo em mente

minha mente ativa

meu rosto sorridente

uma vã tentativa.

Refugio das dores

profundo e indeciso

onde nao ha cores

em que é tudo interciso

Onde permanece no passado

e sinto me presente

nao vejo ti, dores

tais cores em meu futuro bastardo

inseguro nem me vejo tão ausente

.

Ando sentindo falta de escrever, e digo de fato escrever, daquelas coisas do meu caderno de escola, onde eu tinha voz, tinha lagrimas e todas aquelas coisas sentimentais. Ando até sentindo falta de sofrer, de odiar, gritar. Queria poder achar o que foi perdido, queria poder ao menos saber o que se perdeu. O que me incomodou e fugiu já até sinto falta disso. Sinto saudade de algo que me largou, que se perdeu nessa imensidão. Minha fraqueza me fez uma fortaleza, que faz tempo que não há nenhum arranhão, talvez seja disso que eu precise, algo que me derrube para voltar a sentir, pois essa pedra não sente nem os ventos que nela bate, nem se importa com a chuva que nela escorre, nem com nada que por ela passa.

Da minha janela

Da minha janela

eu vejo o congresso

eu vejo pessoas

eu vejo carros

vejo desejos

amor

e fantasia

vejo os rios mais belos

as mais bonitas constelações,

vejo a minha,

e a sua vida

eu vejo tudo,

tudo da minha janela.