esta vida é uma viagem, pena eu estar só de passagem

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

"Bebe o café, muda de nome
Deixa a casa e chora
Está no leite que ferve
Está no mel do seu nome
Deixa a casa e chora

Eu acho que vem, não vem
Vou deixar você viver em paz
Sozinha
Mas quem sabe onde cabe
O amor que se faz

Você já ouviu um inseto cantar
Ouviu historias de amor
de ninar outra vez
Não quero você nem ninguém
Se não for agora

Deixa o mar varrer
Deixa cicatrizar meu nome
Se você vier
Vamos recomeçar de onde?
Deixa estar como está
Este é o nosso lugar
Mesmo quando não há um onde"
Já parou pra pensar tudo que fostes apenas no hoje?
Como se cada minuto fosse um mundo diferente.
Tive paz, ódio, rancor, tristeza,
tive você por alguns segundos e lhe vi escorrendo entre meus dedos,
Me vi morrendo.
Mas de repente, em minutos
tive esperança
reacendi em amor, em sorrisos
em dúvidas e respostas.

Agora estou aqui, nem sei mais o que sinto
nem sei o porquê escrevo pra ti
nem sei porque ainda em ti vivo,
ainda mais porque em mim já morrestes há tempo,
talvez seja isso, a cada minuto que se vai
a morte chega e se vai
e vivo pra morrer em mim, em ti
escrevo pra morte que em mim vive,
tu fostes minha morte,
meu alívio subentendido.

Plateia

C: "É a lua!"
R: "É minha irmã!"
N: "É minha mãe!"
L: "Sou eu.."

L: "Por que você esta apagando?
        Por que você esta apagando?
          Por que você esta apagando?
             Por que você esta apagando?"


F: "Você está apagando?"
P: "Sim"
F: "Não apaga não.."

lua

Eu, mulher, reinventada, dita, conduzida e endiabrada.
Carrego eu, elas e eles, ou qualquer coisa dita eu,
me liberto em passos, danças, suor e escorro em sangue entre minhas pernas.
Eu, mulher que me reinventei
fruto de abandono e assédio
fruto de uma sociedade deboxada e oprimida,
eu me mostro, em nomes e codinomes
faço de mim meu grito de liberdade
e que me aceitem
pois carrego minha constante loucura de ter que ser
eu mesma.
Normal entre milhares,
nem elegante e nem singela,
apenas o meu direito de ser eu;
E que me aceitem, que conduzam os seus pensamentos aos meus
o seu sangue ao meu sangue
pois serei apenas o que quiser
e o que quero ontem, hoje e amanha
é o que ei de ser
com ou sem fantasia,
com ou sem euforia
com ou sem rebelia,
Entre tantas Marias, Clarices e Luizas
Entre vermes, putas e santas
Serei o que sempre quis e não fui
Serei o que fui e não quis
E que me aceitem...
                               Pois,
                                       Serei
                                                 EU!