esta vida é uma viagem, pena eu estar só de passagem

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Mais um dia contigo

Tomarei como nota: estamos enfim fadados ao fracasso.
Hoje ao acordar tomei meu café amargo, sem açucar, pois nada doce viria em reflexão, e pensei, repensei e cheguei a conclusão nenhuma, estamos fadados ao fracasso, pois meu bem, a dor passa, há de passar, e assim que ela partir, tu irá junto, pois não conheço e muito menos venho a ti sem dor alguma. Eu prefiro aqueles que podem até demorar a vir, mas que em muito tempo demoram a partir, e tu, rosalinda do meu dia, já veio e partiu ao menos cem vezes em um só dia.
Como estamos? Nunca sei, pois tomarei como nota: estamos fadados ao fracasso.
Eu posso tentar justificar ou explicar como estamos, estivemos, mas é tudo tão bagunçado e louco, eu diria morte e assopra, mas o beijo nenhum cura a ferida que insiste em abrir. E é toda quinta, toda merda de quinta, que sei que haverá em ti um esquecimento de mim, por aquela meia hora que esqueceste do respeito e afeto que nunca deixaria de ter por voce, E não sei que loucura é essa, de me grudar em ti sabendo que em pouco tempo o rancor virá.
As vezes penso: Puta que o pariu, por que diabos não o conheci dez anos daqui pra frente? As vezes penso que um amor de verão poderia ser mais longo mesmo que tão efêmero, talvez seja isso que fostes, meu amor de verão, ah e que verão, pena que já é inverno e o frio me recorda o calor daquele dezembro desocupado sem culpa e medo. Acho que perdi o controle e me apaixonei, me apaixonei tao perdidamente que me perdi em mim. Sim, me perdi de quem eu julgava a pessoa mais importante de todas.
O amor nos faz loucos, descabidos e desencaixados, e é incrível como poderia dar me em teu seio seguido de um tapa na cara. Talvez eu que merecesse esse tapa, o tal destino descontando o carma de que tanto me envolvi. Ah se pegarei minhas malas e fugirei pro sertão, longe de tudo, de ti e de mim, longe bem longe, do anseio de querer te junto a mim, longe da angústia e de minhas mais pavorosas vontades de querer fazer da minha vida a tua e de te desenhar em mim.
Gostaria de dizer que voltarei, mas meu bem seria mentira, sou honesta em dizer que temo em ir, seria mais honesta em dizer que deixaria tudo por ti, mas dizer que depois de ir eu voltarei, ah isso nunca ei de fazer, não, isso não farei.
Me lembro de quando tu me deixaste na rua chorosa e sem destino, nem poderia ver as tais estrelas de que ganharia em troca depois de perder meu teto, minha visão turva de tantas lagrimas e o sal grudado em minhas lentes não me deixava ver nada além de um metro de distancia, apenas senti, me senti sozinha e largada. E nunca me esqueci do jeito que me deixastes quando voltou, feliz e desconfiada e nunca mais curada.
Deixarei como nota: Meu amor por ti tem prazo de validade, e enquanto não falar que me ama ele nunca há de ser real, te esquecerei e te guardarei como meu maior fardo, a angustia de um amor sofrido de que tudo me deu, mas que roubou o que pra mim mais importava - eu mesma.
E espero que consiga me esquecer do teu sorriso pela manhã, de como gostastes do teu café, almoço e janta, e de como me ensinastes a viver. Ah se eu lhe esqueço, nunca haveria de ter que lhe perdoar ou me desculpar pelas dores sofridas, pelos buracos e rombos dentro do meu coração.
E deixarei como nota: Estamos enfim fadados ao fracasso. Boa noite. E até amanha de manhã!